À frente dos ritmistas da Mangueira desde 2014, professora de educação física desfila pela escola desde os 4 anos: ‘O samba salva vidas, te coloca em um caminho.’
Aos 25 anos, Evelyn Bastos traça uma história de sucesso e desejada por muitas garotas de comunidade: reinar à frente da bateria de sua escola do coração. Cria da Mangueira do Amanhã, Evelyn participa da série de ensaios do G1 "As escolas e suas cores" e defende a presença de pessoas da comunidade em cargos de destaque e afirma já terem oferecido dinheiro pelo seu cargo.
“O carnaval é manifestação do povo, de gente humilde. É o único momento em que as pessoas veem que a cultura é do povo negro, do povo pobre. Então, nada mais justo que a rainha de bateria, o mestre-sala, a porta-bandeira, mestre de bateria e as musas serem gente da gente. Serem pessoas comuns. E o cargo de rainha de bateria é um cargo de merecimento, mas já ofereceram dinheiro pelo meu cargo. Só que a gente tem muita lealdade dentro da escola”, diz ela, que se vê como uma inspiração dentro da agremiação.
“As crianças da comunidade olham para uma artista à frente da bateria e na cabeça delas fica a mensagem de que elas nunca vão conseguir chegar lá. Elas não crescem com aquele sonho possível dentro da cabeça delas. E eu inspiro isso nas meninas dentro da Mangueira. Em todas as escolas que têm uma rainha de bateria da comunidade, esse sonho é nutrido muito mais forte. E não só no cargo de rainha de bateria. O samba salva vidas, te coloca em um caminho”.
Já no quesito samba no pé, Evelyn é enfática. Tem que saber sambar. “A rainha vem apresentando a bateria. A gente é a representação de um ritmo. E a rainha precisa transportar as pessoas para o samba com o movimento do seu corpo. Rainha de bateria precisa sambar. É claro que tem todo um conjunto, com carisma que conquista as pessoas. Por isso sempre uma passista vai merecer ser uma rainha de bateria”.
Professora de educação física por formação e rainha de bateria da Mangueira desde 2014, Evelyn Bastos luta contra a paixão pela comida na manutenção da boa forma. Mesmo com rotina regular de exercícios físicos, ela admite que não abre mão de comer bem.
“Quando você faz a preparação para o carnaval, é toda uma gama que envolve atividade física, alimentação e até o seu psicológico. Só que eu gosto muito de comer. E eu detesto comer folha. Gosto de comer hambúrguer, pizza com os meus amigos. Se eu estou feliz ou se eu estou triste eu quero sempre comer. Então é uma dificuldade para manter a boa forma.”
Depois de desfilar com fantasia econômica no carnaval de 2018, Evelyn pretende mergulhar de cabeça no carnaval deste ano. “Não faço questão de luxo e gosto muito de me adequar ao enredo. Gosto de sentar com o carnavalesco e saber o que ele pensou para mim. Eu sou muito fã do Leandro Vieira (carnavalesco da escola) e acho ele um cara muito inteligente. Então, é confiança total”.
Fantasia econômica em 2018 |
Recordando 2018 |
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