A modelo Chellem Verlink esteve presente ao ato |
Representantes de diversos movimentos negros do estado fizeram na manhã desta segunda-feira a tradicional lavagem do monumento a Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. Durante a cerimônia, atabaques acompanharam a apresentação, assim como diversos cânticos iorubás.
— Nossa maior mensagem hoje é pregar o respeito entre as religiões. É um passo acima na tolerância. Temos aqui a presença da Igreja Messiânica. Temos que fazer essa integração —diz Marcelo Reis, de 50 anos, ativista social e apresentador do evento.
A festa no monumento de Zumbi já ocorre há 31 anos no local. Mesmo com a chuva fraca que cai, o evento no Dia da Consciência Negra reúne cerca de 50 pessoas. Além dos momentos de fé, a festa possui diversas barraquinhas típicas.
— A ordem é resistência, mas queremos acrescentar uma palavra: empoderamento. Temos que trabalhar nossa juventude para que o negro também esteja no poder. Somos 54% da população — afirma Carlos Janan, coordenador de Igualdade Racial da Prefeitura do Rio.
Rio de Janeiro registra 880 casos de racismo e injúria racial de janeiro a setembro deste ano
Por mês, em média, 97 casos de racismo são registrados no estado do Rio, segundo dados do Instituto de Segurança Pública, divulgados pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI). Nos últimos nove meses foram 837 vítimas de injúria por preconceito e 43 sofreram preconceito de raça ou de cor.
Em geral, o crime de injúria está associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra da vítima. Já o crime de racismo implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos.
Para combater o preconceito e promover a conscientização da população sobre o tema a SEDHMI lança a campanha “Não é elogio, é preconceito". A partir desta segunda-feira, a Secretaria divulgará nas redes sociais vídeos animados e imagens para serem compartilhadas mostrando que o preconceito racial sofrido pelos negros e negras no dia a dia, ao ouvirem frases como "Nossa, seu cabelo é macio, achei que era duro" ou "Você tem os traços finos e delicados", não é elogio, mas sim preconceito.
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